Não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância, as impossibilidades. Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retorna a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto onde foi interrompido.
AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do adivinhado sobre o real, do subjetivo sobre o objetivo, do permanente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial.
Ter AFINIDADE é muito raro, mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existe antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas.
AFINIDADE é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem, sensibilizam.
AFINIDADE é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento.
AFINIDADE é sentir com... Nem sentir contra, nem sentir para... Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo. É olhar e perceber.
AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente. Pode existir a quilômetros de distância, mas é adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar...
AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou. Porque ele ( tempo) e ela ( separação ) nunca existiram . Foi apenas a oportunidade dada ( tirada) pelo tempo para que a maturação pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse ser cada vez mais.
Obra de Artur da Távola, da Revista Lion-Maio/2011 ano 12-nº 65 – fls. 50- Brasil- Sudeste .
Obra de Artur da Távola, da Revista Lion-Maio/2011 ano 12-nº 65 – fls. 50- Brasil- Sudeste .
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